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    • O dia a dia dos blogs

      Mesmo com inúmeros blogs espalhados pelo mundo, esta ainda é uma ótima forma de ganhar dinheiro Grande parte das mulheres são inspiradas a partir de dicas de blogueiras famosas que passam os dias brincando com a moda, experimentando looks, conferindo novas tendências, conhecendo vários lugares diferentes, marcando presença em eventos e depois contando todas essas experiências num blog.   A blogueira goianiense e estudante, Vine Moraes, de 20 anos, começou sendo colaboradora no blog de uma amiga e logo tomou gosto por escrever e resolveu criar seu próprio espaço. Inicialmente, as postagens se resumiam em tendências e um breve contexto histórico, expressando sua opinião, dicas de como usar e onde encontrar o produto com preço acessível. De repente, o blog se tornou uma explosão e hoje as postagens são mais amplas, com ''Look do Dia'', ''Dicas de Beleza'', fotos de eventos e ''Provador Fashion''. Vine conta que o principal desafio é se vestir bem usando roupas de preços acessíveis, pois o objetivo é mostrar para as pessoas que não é necessário gastar muito em peças que serão usadas apenas em uma temporada. “Algumas redes de fast fashion como a Renner, Zara e C&A, por exemplo, nem sempre possuem produtos bons e com uma modelagem boa, por isso tenho que garimpar para achar o look perfeito, e está aí o prazer de ser blogueira”.   A estudante aponta os desafios em conciliar a rotina de blogueira com a faculdade. "Me desdobro para fazer tudo a tempo, e agradar minhas leitoras", pontua. Vine precisa dedicar  madrugadas e finais de semana para manter o blog sempre atualizado com informações de eventos, o que muitas vezes escapa para a rotina semanal e atrapalha na frequência das aulas no curso de Química. “Meu carro é um caos, com roupas e sapatos espalhados e, às vezes, chego a ter três eventos em um dia. Então tenho que trocar de roupa e passar maquiagem dentro do carro ou no banheiro da faculdade. É uma loucura, mas eu amo o que faço.” Blogueiras se tornam "famosas" da noite para o dia em tempos de internet. “O blog é como se fosse uma revista, mas escrito sob o ponto de vista e a opinião de cada blogueira, refletindo no estilo de cada leitor, e é isso que chama a atenção. Mesmo com milhares de blogs espalhados pelo mundo todo, ninguém é igual, então acredito que haja espaço para todos, mas é preciso empenho para que o reconhecimento das pessoas conquiste a confiança de marcas e, consequentemente, divulgue o trabalho”. Empreendedorismo No Brasil existem vários exemplos de blogueiras que fazem muito sucesso. O Blog Garotas Estúpidas, criado por Camila Coutinho, há sete anos no meio de um surto criativo em uma madrugada de insônia, é hoje o maior blog de moda do Brasil. De acordo com dados de setembro deste ano do Signature 9, o blog ficou em 7º entre os 99 blogs de moda mais influentes do mundo. Outra blogueira que também possui muito destaque entre as brasileiras é a Thássia Naves, com o blog de mesmo nome. Que criou seu cantinho há cinco anos e atrai uma multidão de fãs, além de milhares de seguidores nas redes sociais, com o intuito de compartilhar experiências do seu dia a dia com as leitoras. Mas cada dia que passa os blogs de moda se torna um ótimo negócio. Em entrevista para a revista Veja BH, Thássia Naves transformou seu bom gosto em um grande negócio, onde tudo o que ela veste vende, além de contar com dez anunciantes fixos no seu site e uma loja virtual. Ela conta também que para um produto ser incluído em um look do dia, as marcas precisam desembolsar no mínimo 3000 reais. Ela não fala sobre valores, mas reconhece que fatura como uma poderosa executiva, podendo cobrar 60 000 reais para sorrir e sumir de um evento. No entanto, para um blog se tornar uma fonte de renda é preciso ter publicidade, e hoje em dia é uma opção viável para anunciantes. Pois de acordo com e-bit, site que realiza pesquisas com usuários do meio online para analisar e entender hábitos e perfil do e-consumidor, a categoria mais vendida a partir de dispositivos móveis é moda e acessórios.   A estudante Camila Silva, de 18 anos, é prova disso, pois ela acessa seus blogs favoritos, principalmente o da Thássia, para ver as coleções de roupas, sapatos e acessórios, através da loja virtual. Mas também utiliza a rede social Instagram para acompanhar as o dia a dia das blogueiras.  Mas para chegar a esse ponto, significa que a procura por blogs ainda continua grande, e com as redes sociais se tornou cada vez mais fácil divulgar para as pessoas seu trabalho.

    • Frustração

quarta-feira, 31 de julho de 2013
blogdasamiha

Dignidade destruída


Infelizmente, os direitos da criança e do adolescente acabam quando a esquizofrenia por audiência tem início. Nos dias atuais, os principais veículos de comunicação, na maioria das vezes, colocam em suas gavetas o Código de Ética do Jornalista que foi estudado com veemência na universidade, expondo a criança de forma inadequada e estimulando a antiética do próprio jornalista.

No dia 14 de março, o jornal Diário da Manhã publicou a matéria intitulada “Monstruosa. Repugnante. Inqualificável. Mas tem que ser mostrado” na qual expôs, em sua capa, imagens de um vídeo feito por uma moradora na cidade de Quirinópolis e que mostrou uma criança sendo estuprada em praça pública. Isso levou o Ministério Público de Goiás a abrir um inquérito para apurar a ofensa pelo uso indevido da imagem do menor de três anos.


                               
 

‘Tem que ser mostrado’ é o argumento usado por muitos jornais que apelam para o sensacionalismo, usando este método evasivo para justificar o exercício inadequado da profissão jornalística. Defender a liberdade de expressão e de imprensa é dever de todo profissional da comunicação, mas é inadmissível que qualquer empresa de comunicação, ou jornalista, esqueça-se do seu papel fundamental: disseminar a informação de forma democrática, respeitando o público e assegurando a privacidade da vítima, em especial quando se trata de uma criança que claramente, neste caso, não possui capacidade de autodefesa.

Quando uma criança é exposto pela mídia devido seus atos criminosos, rapidamente organizações de defesa da criança e do adolescente promovem uma enxurrada de críticas e processos contra a mídia a qual possibilitou tal exposição, como observado recentemente no caso do estupro de uma passageira em um ônibus na capital paulista. Mas quando uma criança de apenas três anos que ao invés de ser um criminoso era a vítima de estupro foi exposta de forma degradante, muito pouco foi feito pelas mesmas organizações, sendo que algumas afirmam que a imagem foi usada em prol de uma causa maior, expor a pedofilia, e que os fins justificam os meios, e por isso “tem que ser mostrado”.

As consequências psicológicas são extremas porque além da violência, a exposição midiática feita de forma inadequada, torna esse dano mais agressivo no desenvolvimento da criança. Passa a ser um dano moral que se dá início a partir do momento em que é a criança reconhecida em sua comunidade, apontada como vítima de um abuso sexual. Nesse contexto, a violação de direitos não começou na divulgação das imagens, e sim, a partir do momento em que a delatora que reside em frente ao local onde ocorreu a violência, em vez de acionar a polícia imediatamente ou buscar ajuda de vizinhos, apenas se preocupou em registrar o fato, deixando que a necessidade de exposição da violência na mídia ultrapassasse o bem estar de um ser humano.

É difícil compreender como grande parte da sociedade pode acreditar que os órgãos de segurança sejam seus reais protetores e mantenedores dos direitos humanos, quando eles são as fontes de divulgação das imagens acima descritas. Neste caso, em quem confiar? Isso ainda não está claro, o que se sabe é que o resultado dessa troca de informações entre a polícia e os jornais sensacionalistas acaba colaborando para atos de violência, promovendo estagnação social e impedindo a punição dos reais culpados.

Se fosse o filho de algum policial envolvido no caso ou sobrinho de um jornalista que tivesse o poder de decisão sobre a veiculação, a imagem da criança seria usada do mesmo modo? Essa exposição iria acontecer? Teoricamente, isso não se sabe, mas é bem provável que não. O certo é que o jornalismo sensacionalista deturpa em prol da audiência, do lucro, da fama. Para a criança, resta sobreviver em busca de dignidade destruída por aqueles que deveriam ter a obrigação de preservá-la.

 

Samiha Sarhan, estudante de jornalismo a favor da mídia 

que respeita o público.

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2 comentários:

  1. A maldade humana parece não ter fim, medir isso é doloroso, só de saber que um semelhante é capaz de fazer isso, vejo que a evolução fica cada vez mais distante, e ver a mídia se aproveitar disso me deixa com raiva, Eu na condição de cidadão, me sinto traído, percebo também a intenção da propagação deste tipo de notícia. Ótimo texto! Abraço

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  2. Infelizmente a mídia, muitas vezes erra, em busca de uma audiência medíocre. Obrigada Sérgio, volte sempre!!

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