Frustração

Se eu estivesse escrevendo esse post há dois dias, com toda certeza estaria carregado de ódio e arrependimento, pois há exatos dois dias, eu estava levantando apressada da minha aconchegável cama do interior, sentindo o cheiro do café fresquinho feito pela minha avó. Como em uma manhã de férias, poderia até sorrir despreocupada com horários, mas não, tinha que enfrentar a prova de volante, que até então todos diziam que na minha pequena cidade-corrutela, era simples e com um percurso tranquilo.

Não vou discordar do percurso tranquilo, pois após vinte aulas junto da professora mais engraçada dos séculos, era de sentir uma facilidade mesmo, porém, os detalhes nos quais eu costumo me apegar, dessa vez me traíram.

Após esperar algumas horas até ser chamada, entrei e chequei corretamente retrovisores, banco e afins. O examinador muito educado tentou me acalmar perguntando o que eu estudava aqui na capital e disse que fazia mestrado, era engenheiro civil. “Poxa, que legal!” apenas pensei, já que não conseguia pronunciar muitas palavras.

Saímos do ponto onde começa e termina a prova e fomos enfrentar a baliza, tão temida pelos alunos, mas que pra mim, pelo menos durante as aulas, foi a parte mais divertida. Enfim, a baliza foi impecável, quase um orgasmo. “Que orgulho de mim” pensei enquanto dava um suspiro de prazer, alívio e contínua apreensão. Depois de abandonar a baliza, paramos em uma esquina e o carro apagou. “Ai meu DEUS, que po!#$%”, nada proferido apenas pensado. O examinador disse para não me preocupar, dois pontos até o fim da prova não iam me prejudicar tanto. Seguindo, fomos pra rampa que também foi impecável, até que estacionamos. Quando tudo estava preparado para puxar o freio de mão e abandonar aquela pequena tortura de 10 minutos, notei que o bendito já estava levantado... “Como eu saí da baliza sem descer o freio de mão?”. (sim, podem zuar de mim!).

Conclusão: mais dois pontos por uma distração.

Frustrante.

Mas, como disse a minha avozinha: “Não fui a primeira e nem serei a última.” Tudo bem que não fui aquela exceção que “passou de primeira” no exame prático e o que minha avó falou, definitivamente, não me serviu de consolo, porém essa história rendeu uma postagem aqui no blog. ;)