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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Esquizofrenia: Uma realidade distorcida


Para muitos a esquizofrenia está associada à pessoas totalmente agressivas e foras de si. Talvez porque a maioria dos filmes que definem seus personagens esquizofrênicos os apresentam como pessoas violentas e que cometem crimes bárbaros ou então, possuidores de algo bizarro. Outras vezes porque os meios de comunicação repercutem de forma enfática crimes cometidos por pacientes com esquizofrenia. Mas essa generalização é incorreta, pois não é bem assim que todos os portadores desse distúrbio comportam-se. Segundo o coordenador do Projeto Esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria do Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Mario Louzã, o esquizofrênico que segue o tratamento correto com a medicação controlada haje de forma bem natural.

Mas, o que é a esquizofrenia? Segundo o médico psiquiatra Wagner Gattaz é uma doença psiquiátrica endógena que se caracteriza pela perda de contato com a realidade. "A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la. Não há argumento nem bom senso que a convença do contrário", afirma.




Uma história bem conhecida é a do matemático americano John Nash. Considerado um gênio precoce, ele sofre com o distúrbio e sua vida virou um filme, "Uma mente brilhante" (2001). Aos 21 anos revolucionou a economia com sua tese de apenas 27 páginas sofre a Teoria dos Jogos. Mas, aos 30 anos começou a ouvir vozes e perdeu contato com a realidade. Foi diagnosticado com esquizofrenia e hoje aos 82 anos luta constantemente contra o transtorno. "Eu me sentia perseguido. Achava que o presidente, o papa e outras pessoas conspiravam contra mim", contou Nash ao canal americano PSB em 1995, após ganhar o Nobel de Ciências Econômicas pelas ideias que desenvolveu quando era jovem.

Esse transtorno não tem cura e são muitos os que padecem no anonimato: 70 milhões no mundo e 2 milhões no Brasil. A esquizofrenia não ataca de uma vez, a pessoa começa a mudar o jeito de ser entre o final da adolescência e o início da idade adulta e a incidência é igual nos dois sexos. "A proporção é de um homem para cada mulher com a doença", explica Gattaz.


Questão Genética


Já no útero o feto começa a sofrer alterações em seu sistema nervoso. Para a maioria dos psiquiatras as crises dos esquizofrênicos acontecem por causa desse desenvolvimento cerebral incomum, o que geraria um desequilíbrio das substâncias que enviam mensagens entre neurônios. O psiquiatra Jaime Hallak, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, acredita que haja excesso dessas substâncias em algumas regiões do cérebro e diminuição em outras.

O risco de uma pessoa que tem um pai com esquizofrenia de desenvolver a distúrbio é de 1 para 10%, se a mãe e o pai tiverem sobe para 25%. No caso dos gêmeos idênticos, se um tem esquizofrenia o outro tem 50% de risco de também ter.

Os fatores ambientais também influenciam, como infecções durante a gravidez ou mudanças drásticas que levem a pessoa a se readaptar.


Subtipos e Tratamento


A esquizofrenia apresenta alguns subtipos que são diagnosticados de acordo com os sintomas, são eles: paranoide (predomínio de delírios e alucinações); desorganizada ou hebefrênica (predomínio de alterações da afetividade e desorganização do pensamento); catatônico (alterações da motricidade); simples (diminuição da vontade e afetividade, empobrecimento do pensamento, isolamento social); residual (estágio crônico da doença com muita deterioração e pouca sintomatologia produtiva).

As medicações para o tratamento são antipsicóticas ou neurolépticas e atuam diminuindo as alucinações e delírios, restabelecendo o paciente com a realidade, porém esse restabelecimento não é completo. Em crises consideradas extremamente graves ou que não se teve respostas aos medicamentos usa-se a eletroconvulsoterapia (ETC), antigamente conhecido como eletro-choque. Outra possibilidade são os antipsicóticos modernos chamados de atípicos. O acompanhamento psicoterápico, a terapia ocupacional e familiar são de suma importância para o ajuste social do portador do transtorno e a diminuição das crises.











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